Nas estradas da vida,
entre campos de grama verde,
o ar limpo e a casa-grande,
há sempre pedras e buracos,
armadilhas imprevisíveis.
E, sem aviso,
surgem verdadeiras batalhas,
onde cada um luta contra si mesmo,
alter-egos desconfigurados,
caricaturas e desvios de si.
E contra cada um de nós
usamos diferentes armas,
deixamos de pedalar,
o acre odor de sangue aparece,
a vida nos transforma,
viramos tanques de guerra,
capazes de derrotar exércitos,
legiões desses espectros.
E vivemos em guerra,
matando como em todas as guerras,
atropelando todos,
com olhos abertos,
gozamos ao vencer.
E ao ironia é que a vida
é feita de batalhas
mas não é a batalha contra si a que importa.
Ao aprendermos a aceitar nós mesmos,
largamos o tanque,
e voltamos a andar para frente,
na boa e velha bicicleta.